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Autoridades de MS se preparam para lidar com duas epidemias

Enquanto o novo coronavírus multiplica os casos no Brasil, MS teve mais 5 mortes por dengue e outros 5,3 mil novos casos da doença causada por picada de mosquito



Adriel Mattos, Eduardo Miranda




As autoridades de saúde do Estado de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande já se preparam para o desafio de lidar com duas epidemias ao mesmo tempo. A de dengue, mais conhecida da população local, ganha força: foram 5.377 notificações em todo Estado na última semana, e as mortes saltaram de 13 para 18. A de coronavírus, considerada uma pandemia global e com um alto poder de transmissão, está cada vez mais próxima de MS: ontem, os casos em investigações subiram de sete para dez pessoas.  

“A preocupação maior nossa ainda é a dengue”, explicou o secretário de Saúde de Campo Grande, José Mauro Filho. “No entanto, surgiu uma doença nova e nós, como poder público, devemos dar uma resposta”, complementou.  

Para enfrentar o desafio de lidar com uma epidemia já existente e outra considerada provável, a Secretaria Estadual de Saúde já providenciou pelo menos 59 leitos para atender pacientes em Campo Grande com complicações de dengue e da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. “Firmamos convênio com o Hospital do Pênfigo: são 50 novos leitos para atendimento da rede hospitalar, 40 de enfermaria e 10 de UTI”, disse o secretário Geraldo Resende, que ainda lembrou que no Hospital Regional, que será referência para tratar a doença no Estado, existirão pelo menos outros nove exclusivamente para as duas epidemias.  

Resende também lembrou da dificuldade de se conseguir insumos. “O preço aumentou, porque a procura está grande”.  

INVESTIGAÇÕES

Os novos casos sob investigação do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul estão em Campo Grande (2) e em Três Lagoas. São pessoas que estiveram em Portugal, França e Holanda. Agora, são seis suspeitas na Capital, duas em Três Lagoas, uma em Dourados e outra em Aparecida do Taboado.  

Sobre a dengue, boletim divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Saúde aponta alta incidência da doença, cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti, em 70 dos 79 municípios. Das 29.793 notificações deste ano, 5.145 ocorreram em Campo Grande, a cidade com mais casos. Corumbá, com 2.955 casos, e Três Lagoas, com 2.233 aparecem na sequência.  

Diferentemente do novo coronavírus, que tem os idosos como o público mais vulnerável à doença, em Mato Grosso do Sul atinge em cheio os adultos. Mais da metade dos casos são de pessoas com idade entre 20 e 49 anos.  

As mortes ocorreram em Campo Grande (4), Chapadão do Sul (2), Corumbá (2) e nas cidades de Sete Quedas, Cassilândia, Pedro Gomes, Nova Andradina, Caarapó, São Gabriel do Oeste, Bodoquena e Mundo Novo.  

ENFERMAGEM

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS) manifestou ontem preocupação com a possível chegada da doença. Conforme a entidade, há falta de profissionais da área no Estado para assistir pacientes infectados pela doença.  

“É evidente o déficit de enfermeiros e técnicos de enfermagem nos dois principais hospitais da rede pública de Saúde: o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, oficializado referência no tratamento do Covid-19, e o Hospital da Vida de Dourados”, informou a nota.

A diretoria do conselho também revelou que notificou as autoridades de saúde para a compra de mais insumos e reportaram as equipes que eles alegam ser insuficientes. A entidade ainda falou em sobrecarga de trabalho. 

COMO PREVENIR:  

- Manter as mãos sempre limpas: lavar com água e sabão sempre que possível, e ter sempre álcool em gel disponível.

- Evitar tocar o rosto com frequência

- Evitar aglomerações

- Cuidado ao tossir ou espirrar

* Colaborou Yarima Mecchi