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Afegãos vão às urnas neste sábado, apesar de advertência dos talibãs

Eleição presidencial pretende contar com 9,6 milhões de eleitores, embora o talibã diz que pode atacar centros de votação.

Por France Presse

Afegão deposita voto em urna — Foto: Abdul Shahmim Tanha / AFP Photo




Os centros de votação para as eleições presidenciais no Afeganistão foram abertos neste sábado (28) em todo o país, sob ameaças de atentados dos talibãs, fraude e abstenção dos eleitores. "A votação começou em todo o país", disse Zabi Sadaat, porta-voz da comissão eleitoral.

Destacam-se dois candidatos, dos 18 em disputa: Ashraf Ghani, atual presidente em busca da reeleição, e seu chefe de governo, Abdullah Abdullah.

O futuro chefe de Estado liderará um país em guerra, no qual 55% da população vive com menos de dois dólares por dia, e onde o conflito com os insurgentes matou mais de 1.300 civis no primeiro semestre de 2019, de acordo com a ONU.

As eleições ocorrem no momento em que as conversações entre os talibãs e os Estados Unidos estão paralisadas, o que tira a perspectiva de um diálogo entre agências, entre o governo e os insurgentes, para alcançar a paz.

Os talibãs multiplicaram as advertências para cerca de 9,6 milhões de eleitores, para impedi-los de ir às urnas. Na quinta-feira (26), eles disseram que seus ataques se concentrarão nos "escritórios e centros de votação".

Em jogo nas eleições deste sábado, está a legitimidade de um futuro presidente para se apresentar como um interlocutor essencial para o diálogo pela paz, embora ainda seja necessário esperar que os talibãs concordem em negociar com um poder até agora tachado como "fantoche de Washington".