Policial

Violência: motociclista é a 9ª morte do trânsito de Campo Grande em 11 dias

Motociclista não conseguiu frear e foi atingido pela carreta, eu faria conversão à esquerda



Quando bombeiros chegaram vítima já estava em óbito, coberta por lona por populares. - (Foto: Marcos Ermínio - Midiamax)




Motociclista, identificado como Carlos Silva Santos, de 52 anos, morreu após colidir uma Kasinski 150 contra uma carreta, na tarde desta quarta-feira (11), no cruzamento da Rua Imbirussu com a Avenida Dom Antônio Barbosa – prolongamento da Euler de Azevedo. Com o impacto da colisão, ele morreu na hora e foi arremessado a 20 metros. O jovem é a nona vítima do trânsito de Campo Grande só no mês de agosto.

O capacete do motociclista se desprendeu da cabeça, ficando a 10 metros do corpo. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas ao chegar no local o motociclista já estava em óbito, coberto com lona por populares que passavam pelo local. A vítima teve traumatismo craniano e perda de massa encefálica.

Muito abalado, o motorista da carreta informou ao Jornal Midiamax que seguia em paralelo com a motocicleta, no mesmo sentido, pela Avenida Dom Antônio Barbosa, e sinalizou para virar à esquerda na Rua Imbirussu. “A velocidade que o motociclista vinha não foi suficiente para ele parar”, alegou.

O condutor da carreta trabalha em uma madeireira da Capital e colidiu a frente do veículo com a motocicleta ocupada pela vítima. A avenida possui apenas duas faixas e ele afirmou estar na faixa da direita. A perícia foi acionada e está no local.

Altair Vargas, de 57 anos, é proprietário de uma barbearia e mora em frente ao local onde o acidente ocorreu. Ele estava pintando o estabelecimento no momento da colisão, e afirmou que foi orientado por um suposto enfermeiro a cobrir o corpo.

“Passou um homem que alegou ser enfermeiro e disse que iria ver o corpo, constatado o óbito. Como ele estava descoberto, ele falou para eu cobrir com alguma coisa, então eu peguei uma lona que utilizava nas pinturas”, afirma.

Ainda segundo o morador, os veículos costumam passar pela avenida em alta velocidade. “Aqui tem muito acidente, a gente queria que colocasse um quebra-molas. Ninguém para aqui para criança passar na faixa de pedestres”, relatou.

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No Rita Vieira, motociclista bateu em caminhão Foto: Marcos Ermínio

Trânsito violento

Desde o início do mês de agosto, Campo Grande vem enfrentando casos quase que diários de mortes no trânsito. O primeiro, no dia 1º do mês, vitimou Jonas de Souza Júnior, de 44 anos, que colidiu o carro que conduzia contra uma torre de energia na Avenida Guaicurus.

Na noite do mesmo dia, o motociclista Vanderson Souza Silva morreu ao colidir a moto que conduzia em outra. No dia 5 de agosto, Lucas Lino Rodrigues, de 22 anos, não resistiu aos ferimentos depois de bater a motoque conduzia em um caminhão no bairro Rita Vieira. Na noite no mesmo dia, o pedestre Cláudio José Barbosa de Oliveira, 43 anos, não resistiu ao ser atropelado no anel viário de Campo Grande

Outro caso que comoveu a Capital resultou na morte de pai e filho, na Avenida Cônsul Trad, vítimas de possível racha entre outros dois carros. Eles estavam em uma moto e foram atingidos por outro veículo.

No domingo (8), outra vítima do trânsito de Campo Grande. Lucimara de Macedo, de 51 anos, foi atropelada na Avenida Nasri Siufi. Ela teve morte encefálica declarada pela equipe médica nesta quarta-feira. 

O último caso ocorreu na tarde desta terça-feira, quando mulher de 48 anos morreu depois que o carro que ela conduzia foi atingido por caminhão, na BR-163, em Campo Grande. 

Mais movimento, mais mortes

De acordo com números do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito), a retomada de movimento de pessoas na cidade, em razão de flexibilizações possibilitadas com a melhora dos índices da pandemia, tem refletido em mais violência no trânsito.

Nos sete primeiros meses deste ano, de janeiro a julho, o número de mortes aumentou 23% em 2021 se comparado com o mesmo período de 2020. No ano passado, 26 pessoas morreram no trânsito da Capital, nos primeiros 7 meses do ano. Até julho deste ano, 32 óbitos foram registrados, segundo informações do comandante do BPTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito do Mato Grosso do Sul), tenente-coronel Wellington Klimpel.

Seguindo a mesma tendência, a quantidade de acidentes de trânsito de qualquer natureza, em Campo Grande, sofreu elevação. Nos sete primeiros meses de 2020, 4.951 casos foram registrados pelo BPTran. Neste ano, o número de ocorrências subiu para 5.536 no mesmo período, um aumento de 12%. (Colaborou Aliny Mary Dias)