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Alta de preço das commodities favorece a economia e o mercado de trabalho de MS, aponta economista

Matéria prima essencial para países industrializados, mercadoria importante para nações em desenvolvimento






Minério de ferro, soja, petróleo, açúcar, milho e carne bovina estão em alta no mercado internacional, a alta demanda por esses produtos favorece a economia e o mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul, conforme explica o economista especialista em comércio exterior, Aldo Barrigosse.

“Mato Grosso do Sul tem sido beneficiado pelo aumento dos preços internacionais das commodities, pois nossa economia regional é pautada por esses produtos. Se eles aumentam, nossa economia recebe um valor maior economicamente falando, com isso, toda cadeia é beneficiada', apontou o economista.

As commodities são os produtos básicos negociados em bolsas internacionais, como petróleo, metais, grãos e carnes. Puxadas pelo susto de uma recuperação rápida pós pandemia em algumas das principais economias do mundo, como a China e os Estados Unidos, muitas delas estão batendo suas maiores cotações em anos e, algumas, da história (caso do minério de ferro e do cobre).

O conceito de commodity, tem a raiz common (comum em português), ou seja, que designa produtos com características semelhantes em qualquer lugar do planeta. Com a evolução do comércio internacional e do mercado financeiro, a definição ganhou sentidos adicionais. 

As commodities respondem por mais de 60% de tudo o que é vendido pelo país lá fora, a aposta é que a recuperação da pandemia aumentará a demanda por petróleo e gás natural, metais, grãos e produtos como açúcar e café.

“A maior demanda dos produtos acaba dando mais oportunidades no mercado de trabalho, maiores consumos nas cidades. Os segmentos das exportações geram muitos empregos diretos e indiretos, seus produtos em alta é certeza de mais empregos e mais investimento para o Estado', explicou Barrigosse.

Além de padrões mundiais similares, as commodities precisam ter produção em larga escala, capacidade de estocagem, baixa industrialização e alto nível de comercialização.

O economista reitera que a disparada das commodities tem sido um grande condutor do desenvolvimento de MS, até mesmo nas maiores arrecadações de impostos e investimentos. 

Como exemplo, a administração estadual passou a ter receita extra de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com a taxação de commodities, como o minério de ferro, o gás natural e a energia elétrica.

Sendo itens cujo potencial de arrecadação pode se aproximar de R$ 200 milhões por mês, em um Estado que tem arrecadado, todos os meses, mais de R$ 1 bilhão com o ICMS.

Entre, altas e baixas, o mercado de commodities de todas as naturezas registra um dos melhores momentos dos últimos anos e as alterações já promovem uma alta acumulada de 21% somente neste ano. 

Com a valorização do dólar frente ao real, a balança comercial tende a apresentar um saldo recorde e o superávit do setor de matérias-primas acaba influenciando na forte entrada do dólar no  Estado, o que segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, gera a lei da oferta e demanda. 

“As commodities estão com preços elevados há dois anos e isso tem sido um grande condutor do desenvolvimento do Estado. O dólar tem apresentado estabilidade, porém esse dólar elevado também é extremamente positivo para o MS, isso tem fortalecido a economia e estamos sendo beneficiados pelo preço do minério, soja,milho e das carnes bovinas', destacou.

DISPARADA 

De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as exportações brasileiras de milho devem atingir cerca de 2,37 milhões de toneladas neste mês, o que representa uma queda de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.

O grande volume de exportações de soja no primeiro semestre, principalmente para a China, em que a retomada econômica disparou, também fez com que o Brasil precisasse apelar às importações para garantir um bom nível de estoques. 

As compras externas de soja aumentaram 92% no primeiro semestre, segundo dados do governo, enquanto as importações de óleo de soja cresceram 315%.

Além disso, Mato Grosso do Sul é o quinto estado que mais exporta carne bovina, com 212 mil toneladas enviadas ao mercado externo em 2020. Tais exportações renderam ao Estado U$S 783 milhões de dólares em faturamento no ano passado.