Política e Transparência

Após nota polêmica, Braga Netto reafirma defesa da harmonia entre os poderes

General discursou durante entrega de espadins aos cadetes da turma Arion da Academia da Força Aérea Brasileira ocorreu em Pirassununga (SP)



O ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto (14.fev.2020) - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil




Após nota polêmica divulgada pelas Forças Armadas e o Ministério da Defesa na quarta-feira (7) causar mal estar com o Legislativo, o general e ministro da Defesa, Braga Netto, afirmou nesta sexta-feira (9) que as Forças prezam pela harmonia entre os poderes.

Em discurso em Pirassununga (SP), durante entrega de espadins aos cadetes da turma Arion da Academia da Força Aérea Brasileira, disse "que as Forças Armadas continuarão com fé em suas missões constitucionais como instituições nacionais permanentes, com base na hierarquia e da disciplina, sob autoridade suprema do presidente da República".

"Para assim assegurar a defesa da soberania, a independência e harmonia entre os poderes e a manunteção da democracia e da liberdade do povo brasileiro, a quem devemos servir e buscar o bem comum. Brasil acima de tudo."

No meio da semana, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas emitiram uma nota oficial repudiando declarações do presidente da CPI da Pandemia, o senador Omar Aziz (PSD-AM). Segundo o comunicado, ele "desrespeitou" os militares e "generalizou esquemas de corrupção". A nota foi considerada desproporcional por parte dos legisladores.

Omar Aziz (PSD-AM) havia dito, durante a CPI da Pandemia, que "os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo".

No mesmo dia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), botou panos quentes no conflito. "Quero aqui, em nome do Senado Federal, render o meu mais profundo respeito ás Forças Armadas, ao Exército, à Marinha, à Aeronáutica, cuja previsão constitucional haverá de ser sempre observada por todos nós."

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou do evento, mas não discursou. Também estava presente o vice-presidente da república Hamilton Mourão (PRTB), marcando uma rara aparição conjunta dos dois.

Ainda na comitiva presidencial, estavam nomes como os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil; Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações; Augusto Heleno, do Gabinete do Segurança Institucional (GSI); e Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência.