Jair Bolsonaro, presidente da República. - (Foto: Arquivo)

Coluna do Portal Uol, divulgada nesta segunda-feira (5), revela que a fisioculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contou que o presidente demitiu um irmão dela, chamado André Siqueira Valle, porque ele se recusou a entregar a maior parte do salário de assessor do então deputado federal.

Reportagem cita que este é o primeiro indício de envolvimento direto de Bolsonaro em um esquema ilegal de entrega de salários, conhecido como rachadinha, dentro de seu próprio gabinete no período em que foi deputado federal - ele ocupou mandatos na Câmara Federal entre 1991 e 2018.

Andrea e André são irmãos de Ana Siqueira Valle, segunda mulher do presidente. Em gravações inéditas que a reportagem do Portal Uol teve acesso, Andrea fala que Bolsonaro 'exigia grande parte dos salários dos parentes da companheira que foram nomeados nos gabinetes da família Bolsonaro'. Segundo Andrea, Jair Bolsonaro chegou a retirar um familiar dela do esquema por não entregar o valor combinado, que seria quase 90% da remuneração.

Para o advogado Frederick Wassef, que representa o presidente, 'existe uma antecipação da campanha eleitoral de 2022' e que não há ilegalidade. Wassef afirmou à coluna que os fatos narrados por Andrea "são narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de rachadinha no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus filhos". Ele disse que se trata de uma "gravação clandestina à qual não tenho acesso, não conheço o conteúdo e não foi feita perícia".

O advogado Magnum Cardoso que atua na defesa de Ana Cristina Valle e sua família disse por nota que os clientes decidiram que não iriam se pronunciar. Procurada para falar das gravações, Andrea leu as mensagens da coluna e depois bloqueou os contatos no telefone e nas redes sociais.