Policial

Preso por extorsão, ex-comandante da PMMS disse precisar de R$ 1,5 mil para pagar condomínio

Aposentado, coronel Ivan recebe R$ 32 mil; câmeras de segurança garantiram flagrant



Coronel Ivan acompanhado do corregedor-geral - (Foto: Leonardo de França, Midiamax)




O ex-comandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) o coronel José Ivan de Almeida preso pelo crime de extorsão, nesta quarta-feira (26) por policiais do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) disse que estava recebendo pela ‘cobrança’ o valor de R$ 2 mil, e segundo relato do coronel o valor seria para pagar o condomínio onde mora de R$ 1.500. O Coronel já foi levado para o Presídio Militar de Campo Grande nesta quarta (26).

Informações passadas aos Jornal Midiamax, são de que o coronel já havia participado de uma outra extorsão a vítima dias antes e uma segunda tentativa de extorsão nesta quarta (26), quando foi preso em flagrante pelo crime. A vítima tinha câmeras na casa e acabou filmando a extorsão praticada pelo coronel e pelo policial civil Reginaldo Freitas Rodrigues, fazendo a denúncia ao Garras e Gaeco.

Um terceiro envolvido já foi identificado e deve ser preso nos próximos dias. José Ivan é aposentado e recebe R$ 32 mil. Ele é apontado como braço armado do esquema de extorsão agindo com ameaças e coagindo as vítimas, que eram coagidas há pelo menos 1 ano.

Os empresários teriam feito um negócio com Patrick e teria sido gerada a dívida de R$ 80 mil. As vítimas foram cobradas, pagaram R$ 150 mil e continuaram sendo extorquidas. Atualmente, Patrick estaria cobrando mais de R$ 300 mil dos empresários, que acabaram levando o caso ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Durante a prisão do coronel, as equipes fizeram buscas na casa do militar, onde teria sido apreendido um revólver calibre 38. Na casa de Patrick também teriam sido apreendidas armas de fogo.

A defesa

A defesa do coronel Ivan alega que não houve ameaça ou extorsão e que o oficial teria feito a cobrança após Patrick pedir o ‘favor’. Para o advogado Ronaldo Franco, o cliente disse que o credor, o dono do dinheiro que também foi preso, teria pedido um favor a ele para que fosse até o devedor fazer a cobrança. No entanto, ele alega que agiu de maneira ‘amigável’, sem ameaças nem extorsão, crimes pelo qual o coronel foi preso em flagrante.

Também conforme a defesa, o coronel teria orientado o devedor a resolver a situação entre advogados dele e do credor. Por ser oficial da reserva, o policial será encaminhado para o Presídio Militar e passa por audiência de custódia na quinta-feira (27). O advogado acredita que ele deve ser liberado, mediante aplicação de medida cautelar.