Mães lactantes vacinadas contra a Covid-19 passam anticorpos para recém-nascidos, aponta SBP

Sociedade Brasileira Pediatra recomenda a vacinação do novo público



Ministério da Saúde recomenda vacinação de gestantes e lactantes. - (Foto: Arquivo, Midiamax)




A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), divulgou um estudo científico sobre a vacinação contra a Covid-19 em mães lactantes, considerando que a imunização do público passa anticorpos para recém-nascidos.

O Ministério da Saúde já recomendou a vacinação de gestantes, não havendo contraindicação dessas mulheres, principalmente as que possuem comorbidades e fatores de risco. A nota técnica divulgada em março, ressalta que antes da vacinação, mães devem passar por orientação e avaliação médica.

O estudo da SBP não aconselha a interrupção da amamentação após a vacinação, além de analisar as duas vacinadas utilizadas no Brasil, no momento, a Coronavac e a AstraZeneca. Conforme a análise, a vacinação em gestantes ou lactantes indica a proteção da mulher, diminuindo o risco teórico de transmissão e infecção dos filhos.

“O leite materno contém anticorpos (IgA secretória contra o SARS-CoV-2) que poderiam potencialmente proteger o bebê amamentado. A recomendação da vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações”, enfatiza o documento.

Na mesma linha a favor da vacinação, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro, Associação de Obstetrícia e Ginecologia de Santa Catarina; e outras entidades internacionais se posicionaram.

Por outro lado, a Saúde ainda estuda os fatores de risco na vacinação de mulheres grávidas ou amamentando. Desde o início da pandemia no país, as mortes maternas associadas à Covid aconteceram com maior frequência no 3° trimestre ou no puerpério, onde a taxa da contaminação estava em alta. Cerca de 8 a 11% do público foi infectada, sendo 2 a 5% necessitando de internação. Outro dado do Ministério é que a maior parte das mortes aconteceram em mulheres com doenças crônicas ou autoimunes.

Embora a recomendação, o documento deixa claro que “A segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas nestes grupos, no entanto estudos em animais não demonstraram risco de malformações. Para as mulheres pertencentes ao grupo de risco e nestas condições, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor”.

 A nota técnica do MS recomenda a imunização desse grupo diagnosticadas com diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares, asma, transplantadas, crônicas renais e doenças autoimunes.

O documento finaliza ressaltando que mulheres que preferirem não se vacinar devem ser apoiadas em sua decisão e instruídas a manter medidas de proteção como higiene das mãos, uso de máscaras e distanciamento social.

Confira a nota técnica da clicando aqui