Policial

Capturado no Brasil com armas e identidade falsa, extradição de “Samura” pode ser adiada

Narcotraficante já responde a três processos no Paraguai, um deles por assassinato de um delegado



Líder do Comando Vermelho na fronteira, durante prisão em Sinop. (Foto: Senad)




A extradição do narcotraficante mais procurado da fronteira Jorge Teófilo Samudio González, vulgo “Samura” pode ser adiada. A previsão é do procurador Manuel Doldán, diretor de Assuntos Internacionais do Ministério Público, que acredita que o atraso está ligado ao fato dele ter sido capturado com armas de fogo e documentação falsa em território brasileiro.

No entendimento do procurador essas evidências encontradas pela Polícia Federal podem gerar um novo processo no Brasil. Em relação à Justiça do Paraguai, o narcotraficante já responde a três processos, entre eles um por assassinato.

A este respeito, o procurador Manuel Doldán informou nesta terça-feira (30), em conversa com o ABC Color,  que o processo de comunicação ainda não foi formalmente iniciado pelas autoridades brasileiras, que devem primeiro informar o Paraguai por via diplomática para que posteriormente o Ministério Público paraguaio intervenha.

 

Durante a prisão, em Sinop, por agentes da Polícia Federal brasileira e da Interpol no município de Sinop, no estado de Mato Grosso, 1.500 quilômetros ao norte de Pedro Juan Caballero, líder da facção carioca CV (Comando Vermelho), na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, estava acompanhado da namorada, Natalia Carolina Ramires Franco, de 39 anos.

Recursos financeiros

Pela rapidez com que se deslocava de um lugar para outro, estima-se que Teófilo Samudio, tivesse logística e manejasse importantes recursos econômicos, o que tornava mais fácil ficar escondido da Justiça por tanto tempo.

Além disso, essa logística também foi percebida na ocasião em que o traficante agendou seu resgate e o comissário Félix Ferrari foi assassinado, homicídio pelo qual Samura está sendo processado no Paraguai.

O delegado César Silguero, chefe do Departamento de Combate ao Crime Organizado da Polícia Nacional, lembrou que a investigação contra “Samura começou logo depois que ele foi resgatado das mãos da Polícia e do assassinato do delegado Félix Ferrari, em 2019.

 

A partir daquele momento, a Polícia Nacional, começou a identificação da quadrilha que participou da libertação do líder do Comando Vermelho na fronteira. Para conseguir chegar até ele, os agentes do serviço de inteligência monitoraram 24 pessoas, das quais as mais importantes já estão detidas.