Fazendeiro é multado em R$13 mi por construir drenos e desmatar nascentes do rio da Prata
Águas cristalinas do rio da Prata ficaram turvas após receberem sedimentos carreados pelos drenos
Bonito Notícias
Policiais Militares Ambientais, representantes do Instituto Homem
Pantaneiro e do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul
(Imasul) flagraram a construção de danos irregulares em propriedades
rurais próximas aos municípios de Bonito e Miranda.
A fiscalização foi iniciada após denúncias de degradação ambiental
em áreas de várzea, que compõem as nascentes do rio da Prata, importante
para o turismo da região.
Após vistoriarem quatro propriedades rurais, os policiais
verificaram em uma delas, na fazenda São Francisco, a construção de 26
km lineares de drenos, perfazendo uma área de 993 hectares. Segundo a
PMA, os drenos foram construídos para secagem do solo das várzeas para o
plantio agrícola de soja e milho.
Ainda, foram desmatados 684 hectares da vegetação de várzea
(constituída por savana herbácea e arbustiva), sendo realizada
degradação para a limpeza e o plantio agrícola.
Segundo a assessoria da PMA, a degradação atingiu áreas de olhos
d’água e nascentes, que são protegidas por lei como áreas de preservação
permanente (APP). A retirada da vegetação causou processos erosivos e
chegou até o rio da Prata, que recebeu água sedimentada escoada do local
e ficou turvo.
Para Arnildo Pott, pesquisador da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul, a atividade realizada pode prejudicar a biodiversidade do
local. "A alteração modifica também a composição da flora, entram
espécies que não estavam ali e vira uma paisagem mais monótona e menos
rica", finaliza.
Após a conclusão dos levantamentos, a PMA aplicou uma multa de R$
13.000.000,00 (treze milhões) ao proprietário da fazenda, residente em
São Paulo.
Além da multa, o infrator responderá por crimes ambientais e pela
reparação dos danos na esfera civil e administrativa. As atividades
foram suspensas e o proprietário da fazenda deverá apresentar plano de
recuperação da área degradada (PRADE), junto ao órgão ambiental.
social aqui