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Campo Grande
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Noticia de: 14 de Junho de 2019 - 08:22
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Vendas do comércio caem 0,6% e setor tem pior resultado para abril desde 2015

Hipermercados e vestuário registraram maiores quedas.

G1


As vendas do comércio varejista caíram 0,6% em abril, na comparação com o mês anterior, no pior resultado para meses de abril desde 2015 (-1%), segundo dados divulgados  pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


A queda acontece após uma alta de 0,1% em março e queda de 0,1% em fevereiro, na comparação com o mês imediatamente anterior, reforçando a leitura de perda de ritmo do setor e de estagnação da economia brasileira em 2019.


Na comparação com abril de 2018, entretanto, houve alta de 1,7%.


O IBGE revisou os resultados dos últimos meses. Em março, ao invés de uma alta de 0,3% como inicialmente divulgado, as vendas do setor avançaram apenas 0,1%. Em fevereiro, houve queda de -0,1% ante leitura anterior de estabilidade. Já em janeiro, a alta foi maior que a inicialmente divulgada, de 0,6%, e não de 0,5%.


No acumulado nos 4 primeiros meses do ano, a alta ficou em 0,6%. No ano passado, no mesmo mês, o setor acumulava avanço de 3,4%.


Em 12 meses, as vendas do varejo ficaram praticamente estáveis, acumulando alta de 1,4%, ante 1,3% em março.


A gerente da pesquisa, Isabella Nunes, destacou que a queda em abril ocorre após dois meses consecutivos de relativa estabilidade. "Só essa observação já nos mostra uma perda de ritmo no ano de 2019", disse.


Com o resultado de abril, setor está 7,3% abaixo do recorde alcançado em outubro de 2014. Segundo a gerente da pesquisa, isso equivale a um patamar semelhante ao que o setor operava em setembro de 2015.


"Ainda tem um longo caminho a ser percorrido para que o comércio varejista volte a registrar taxas semelhantes às de 2014 [quando o setor bateu seu recorde de vendas]", afirmou.


Das 8 atividades pesquisadas, 5 registraram queda no volume de vendas em abril, na comparação com março. Segundo o IBGE, a queda do setor foi puxada pelo segmento de hipermercados (-1,8%), que caiu pela terceira vez seguida, e vestuário (-5,5%), que teve o segundo mês negativo.


Segundo Nunes, desde a greve dos caminhoneiros no ano passado "os alimentos mostram uma evolução de preços", o que pode explicar a retração na atividade dos hiper e supermercados. Conjunturalmente, enfatizou, o país tem um grande contingente de desempregados e um mercado de trabalho que segue estagnado.


"Essa situação dificulta o crescimento da massa de rendimentos, que é o que impulsiona o consumo", afirmou a pesquisadora do IBGE.

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