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Entre vereadores que buscam seguir na vida pública, seis empobreceram no mandato

Sessões na Câmara vêm ocorrendo de forma virtual por causa da pandemia






Dos 16 vereadores em exercício que pretendem seguir na vida pública em Dourados, nem todos conseguiram prosperar financeiramente durante o mandato prestes a encerrar. Conforme as declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral, nove tiveram ganhos, somente um ficou estagnado, e seis empobreceram apesar do vencimento bruto de R$ 12.661,13 por mês.

Atual presidente da Casa de Leis, Alan Guedes (Progressistas) é um dos parlamentares que perdeu dinheiro nesse período. Em 2012, à época no DEM, ele declarou possuir R$ 36.490,00 em bens, a maior parte, R$ 33.990,00, de um Corsa 2011, além de R$ 2,5 mil da empresa Guedes e Mendonça. Na eleição municipal seguinte, em 2016, informou R$ 88.373,87, sobretudo graças aos R$ 62 mil de disponibilidade em moeda corrente. Agora, pleiteando a prefeitura, detalhou patrimônio total de R$ 25.172,09, dos quais R$ 14.500,00 referentes a um Corsa Hatch 2011.

Já dos vereadores que tentam ser reconduzidos aos cargos no Legislativo, Silas Zanata (PSDB) é o único que repetiu os valores declarados em 2016 e 2020, R$ 18 mil, divididos em três áreas avaliadas em R$ 6 mil cada. Contudo, em 2012 declarou ter R$ 23.623,91 de patrimônio, entre área de terra e fazenda.

EMPOBRECERAM

No grupo que empobreceu está Cido Medeiros (DEM). Esse vereador informou R$ 50.000,00 em bens nas eleições de 2012, tudo em veículos. Ele manteve inalterado o patrimônio no pleito seguinte, de 2016, mas neste ano declarou R$ 19.093,31, dos quais R$ 9.500,00 de um veículo Kia Besta.

Daniela Hall (PSD) informou R$ 15.000,00 em 2012, todo valor correspondente a um veículo Ford Fiesta financiado. Quando buscou a reeleição, em 2016, declarou R$ 44.649,21, dos quais R$ 35.000,00 de dinheiro em espécie, moeda corrente nacional. Neste ano, são R$ 210.000,00. Somente uma Toyota Hilux SW4 ano 2011 diz respeito a R$ 60.000,00 desse total.

Denize Portolann (PSDB) não declarou bens em 2012. Em 2016 informou R$ 50.000,00, todo o valor referente a saldo em caixa de depósito bancário em conta corrente no País. Em 2020 apresentou lista com R$ 27.012,68 de patrimônio. O montante todo corresponde a um veículo Fiat Strada.

Jânio Miguel (PTB) declarou em 2016 patrimônio total R$ 132.290,00. Uma Toyota Hilux SW4 2008 era o bem mais valioso, de R$ 85.000,00. Em 2020 inicia a campanha com R$ 100.001,00, dos quais R$ 100 mil de dinheiro em espécie disponível, na moeda nacional.

Romualdo Ramim (DEM) em 2012 declarou R$ 341.302,56. Um apartamento de R$ 124.727,75 respondia pela maior parte. Em 2016 informou R$ 250.950,11 e o apartamento valia R$ 129.279,80. Neste ano informou R$ R$ 136.825,76, novamente com o apartamento correspondente a R$129.279,80 do total.

PROSPERARAM

Cirilo Ramão (MDB), que em 2012 usava nome de urna Pastor Cirilo, prosperou. Na eleição passada informou ter R$ 25 mil, tudo relativo a um veículo Meriva ano 2004. Já na busca pela reeleição, em 2016, declarou R$ 171.867,63, a maior parte, R$ 150 mil, em depósito bancário em conta corrente no país. Ele chegou a 2020 com R$ 210.936,80, quase todo esse valor, R$ 200 mil, de disponibilidade de caixa, dinheiro em espécie na moeda nacional.

Elias Ishy (PT) havia declarado em 2012 possuir R$ 580.261,47 em bens na campanha, sobretudo de um fundo na Caixa Econômica Federal, de R$ 176.775,85. Quatro anos depois, 2016, informou R$ 706.145,80. Um terreno de 10 hectares correspondia à maior parte, R$ 150 mil. Neste ano, o patrimônio declarado totaliza R$ 929.770,36, especialmente por causa de uma propriedade rural no Distrito de Guassu, avaliada em R$ 250.000,00.

Maurício Lemes (PSB) não declarou nenhum bem em 2012. Quatro anos depois, em busca da reeleição, apresentou uma declaração de bens cujo patrimônio total somava R$ 136.343,27. Uma casa adquirida com recursos próprios, no valor de R$ 116.971,68, era o mais valioso. Em 2020, acumula R$ 533.880,82, sobretudo em função de uma casa adquirida com recursos próprio e financiamento pela Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 507.000,00.

Pedro Pepa (DEM) em 2012 declarou possuir R$ 20 mil em bens, todo o valor correspondente a um veículo Meriva. No pleito seguinte, de 2016, informou R$ 273.828,59. Um imóvel rural de 3,6 hectares no Distrito do Guassu, avaliado em R$ 98.750,00, era o mais valioso. Em 2020 chegou a R$ 554.332,25, dos quais R$ 360.000,00 de uma fazenda.

Sérgio Nogueira (PSDB) declarou R$ 70.864,05 em bens em 2012. A maior parte, R$ 54.886,14, correspondia a um apartamento. Quatro anos depois apresentou R$ 287.124,01 de patrimônio, R$ 105.458,50 referentes a 50% de um lote de terreno na cidade. Em 2020 o parlamentar acumula R$ 305.365,48, especialmente em função de 50% do lote de um terreno em condomínio, avaliado em R$ 105.458,50.

Carlito do Gás (MDB) apresentou uma lista com R$ 333.200,00 em bens no pleito de 2012. A maior parte, R$ 150 mil, de um prédio comercial onde funciona empresa de gás. Em 2016 foram R$ 96.000,00, especialmente por causa de um caminhão avaliado em R$ 50.000,00. Agora, em 2020, declarou R$ 260.000,00, sobretudo em função de uma área de terra nua em assentamento no Distrito de Itahum, avaliada em R$ 180.000,00.

Juarez de Oliveira (MDB) não declarou qualquer bem nas eleições de 2012 e de 2016. Agora, informou à Justiça Eleitoral dispor de R$ 50.000,00 em patrimônio, todo valor correspondente a um veículo Hyundai Sonata ano 2011, modelo 2012.

Junior Rodrigues (PTB) também não havia informado nada nos dois pleitos anteriores e em 2020 declarou R$ 200.000,00, tudo referente a crédito decorrente de empréstimo, adiantamento a terceiros em negociação de compra futura.

Olavo Sul (MDB) em 2016 não declarou bens. Em 2020 informou ter R$ 24.000,00. Um veículo Gol 2005 avaliado em R$16.000,00 é seu patrimônio mais valioso, conforme a declarada à Justiça Eleitoral.