Política e Transparência

Réu da Lama Asfáltica tenta voltar para a Agesul com liminar, mas segue demitido

Beto Mariano foi demitido em maio do cargo de fiscal de obras



Beto Mariano ao chegar para depor na sede da Polícia Federal (Marcos Ermínio, Arquivo Midiamax)




O réu da Lama Asfáltica, o fiscal de obras da Agesul (Agência de Gestão de Empreendimentos) Wilson Roberto Mariano, tentou voltou ao cargo por meio de liminar após ter sido demitido em maio deste ano, porém, ele não volta a reintegrar o quadro de funcionários do Governo.

De acordo com a publicação no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (20) da Controladoria-Geral da União, Beto Mariano entrou com liminar em maio, quando foi demitido para voltar em um dos processos administrativos, porém, como também foi demitido da Agesul, ele não pode voltar ao cargo.

Segundo decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), a liminar foi deferida com ordem para suspensão imediata do ato demissional, “reintegrando-o ao cargo público que ocupava até o fim do processo”.

 

Segue um trecho da decisão: em cumprimento à liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança (4ª Seção Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e, em conformidade com a Orientação da Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, deixando de reintegrar ao Quadro Permanente de Pessoal do Estado de Mato Grosso do Sul, o ex-servidor Wilson Roberto Mariano de Oliveira, no cargo público que outrora ocupava, vez que também se encontra demitido em razão da penalidade aplicada.

Beto Mariano recebeu o salário até junho no valor de R$ 22.896,66. Em julho, conforme o Portal da Transparência, ele não recebeu os vencimentos por ter sido demitiido.

Lama Asfáltica

Beto Mariano é réu da Operação Lama Asfáltica e ficou quase um ano preso após o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar o retorno de oito alvos das investigações ao regime fechado. Beto teve liberdade concedida neste ano, mas responde por ação na Justiça Federal. Na Justiça Estadual, é alvo de investigações por suposto enriquecimento ilícito.

 

Mesmo réu e preso, ele continuou a receber seu salário do governo do Estado. De acordo com as investigações do MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), o fiscal da Agesul, a esposa, Maria Helena Miranda de Oliveira, a filha Mariane Mariano de Oliveira Dornellas e o esposo dela, João Pedro Figueiró Dornellas são réus no mesmo processo e teriam criado mecanismo para esconder parte do patrimônio e movimentar as importâncias em dinheiro que não teriam como justificar pelos seus rendimentos legais.